Como Vinicius Jr. criou 'obsessão' para ser importante na seleção brasileira e até o Fifa ajuda a explicar isso


 Vinicius Jr. chegou à Copa do Mundo sem saber se seria titular do Brasil. Agora, nas quartas de final, é simplesmente impossível pensar o time de Tite sem o atacante. A consolidação com a camisa verde e amarela pode até ter vindo no Qatar, mas o processo para isso começou bem antes.

Na comparação com os outros atacantes que jogam pelo lado, Vinicius não ganhou a confiança de Tite logo de início, como foram os casos de Raphinha, outro titular, ou Antony. Ele alternou altos e baixos, demorou a se fixar entre os convocados e foi muitas vezes reserva na seleção.

É possível traçar um paralelo com sua trajetória no Real Madrid, onde Vinicius também teve primeiros anos de adaptação até que pudesse explodir, principalmente, após a chegada do técnico Carlo Ancelotti. Está no italiano, inclusive, uma das explicações para o sucesso na Copa.

"Sempre procuro evoluir. Não só aqui, mas no clube também, que tenho mais tempo. Ancelotti me ajudou bastante, ele fala bastante com o Tite. E tenho aprendido bastante. Sempre que tenho que aprender, foco 100%. Em um clube como o Real Madrid, do mais alto nível, não tem tempo de lamentar, é evoluir, aprender, rápido", contou ele, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (7).

Vinicius Jr. entendeu bem o que precisava ser essa evolução. Se cobrou a cada convocação com a seleção para compreender os aspectos que teria que melhorar e trabalhou para isso. Tanto dentro, quanto fora de campo. Criou uma espécie de "obsessão" para ser importante com o Brasil.

"Acredito que foi um processo normal. A comissão técnica e o professor (Tite) foram me dando argumentos de onde precisava melhorar para chegar no meu melhor nível. É complicado, são grandes jogadores. E cada vez eu voltava via que faltava algo. Falava com Tite por telefone, com o Ancelotti também, me dava dicas. De coisas que precisa fazer para ser titular, como fui também no Real. Me preparei melhor e sabia que no momento certo estaria pronto para ajudar.”

Tite já revelou publicamente que conversou com Ancelotti para entender como poderia tirar o melhor do camisa 20. Houve um momento, no ciclo para 2022, que o Brasil se acertou com um modelo de jogo que tinha Lucas Paquetá jogando aberto, com só um ponta de ofício (normalmente Raphinha). Já no Real, havia um tripé de meio-campistas (Casemiro-Toni Kross-Luka Modric) que facilitava que Vinicius recebesse com mais liberdade na esquerda, em situações de um contra um.

Na seleção, como na Espanha, Vinicius foi cobrado para executar também um papel defensivo, ajudando a compor a linha de quatro no meio-campo, para fechar espaços na esquerda.

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